É possível que a paixão, uma patologia inconsciente, nos gere uma miopia sobre a doação de cada um lados de uma relação. Seja ela sobre amizade, trabalho, afetividade, conjugal, ou todas as outras variações não rotuladas, mas que permeiam um desiquilíbrio velado. Classificar uma relação como saudável, feliz, equilibrada é sempre sobre haver tempo e esforços dedicados e percebidos, com amor. Quando pensamos em reciprocidade, por tantas vezes caímos na ilusão sobre uma falsa sensação de 50% de dedicação lidando com duas partes envolvidas. Compreender que o repertório sobre relacionamento, sobre o ato de se relacionar de cada um é envolto por histórias que se diferem em conceitos, palavras, atitudes, torna um pouco mais branda a ansiedade de que o outro tem pra entregar a intensidade que você está se doando. Isso acontece comigo, há anos, e constantemente troco experiências com amigos e amigas, adultos, que se esforçam para comunicar ao outro que se sentem muito mais doares do que r...
Decidir. O momento mais importante da comunicação com o UNIVERSO sobre o que nos faz bem é a firmeza sobre a construção do caminho. E ele não existe, na verdade. Ele se forma. As peças externas se juntam para tangibilizar o que já nasceu por dentro. E assim foi. Poderia ser só mais um terceiro encontro. Haveria possibilidades de uma conexão esfriada. De longe, existiu um aperto sobre "o que ainda existe aqui"? De perto, ao fundo, era sobre um amor admirável, afetivo, cúmplice e que até se deu ao luxo de vulnerabilizar-se. A distância se anulou, as diferenças se apagaram, a ansiedade deu lugar ao alívio. Pulsante, o respirar foi intenso, as sensações inéditas e a vivência, memorável. As mãos cruzadas, os cliques com brilho. O cafuné no braço, o cochilo, a netflix. Meus nãos caíram por terra. Os olhos marejaram em temas profundos, os planos não se cessaram e sonhos lúcidos não se intimidaram. A mesma coca cola, os mesmos personagens. O tempo ganhou cré...