Pular para o conteúdo principal

Entre tocas e circos



Eis que estão todos em tocas, toca de coruja, de tatu, cabanas próprias ou compartilhadas, nichos.
Imbuídos num mesmo sistema que rege, o do capital.
Ligados aos mesmos pontos que ensinam a linearidade cristã
Nascer, crescer, reproduzir e morrer.

E aí questiona-se: a graça de td isso? A beleza, encanto ou sentido da vida?
Estaria nas cores, gestos, toques, sorrisos e abraços?
No beijo, nos filhos, no verde, prédios e mares?
Nas ruas ou nas tocas? Nas cifras ou relatórios com certeza não.
A grande graça parte dos olhos de quem quem vê.
Mesmo assim resiste-se em aceitar que o que lançamos, volta.
E que a felicidade é um estado de espirito e não um fim.

Passivos espera-se na plateia, que os espetáculos da vida os entretenha.
Enfeitam as tocas e nichos de corujas se formam.
E qual seu papel nesse show? Está no elenco?
O pão é ofertado, o circo montado, a alma vendida e a sensação é de "para onde eu vou"?
Sair da toca é o que dói, entorpece, trava, desconcerta, amedronta e evolui.
A caixa precisa ser aberta, a toca abandonada.
Crescer dói e todos sentirão, hoje ou amanhã
Os ossos se chocam, o corpo estica, as dores marcam o caminho
Rumo à maturidade. E aí se finda o fio, o cordão.
A vida desabrocha.

A escolha entre o cinza ou o arco íris
É o dilema de cada amanhecer, e acordar é preciso.
Viver continuará sendo cruz e espada, sim e não, cheia de erros e acertos.
Contudo, entender e respeitar ciclos e círculos o faz melhor.
Se entregar por inteiro ou por partes o define como humano, presente.
Fazer parte do teatro e equilibrar as máscaras está dentro do escopo
Não são só pratos, são argolas, tochas de fogo, cartas, cones, e toda criatividade que vem.
Ser humano na Terra incide em encenar ao vivo, sem ensaios.
Sem voltas, só idas, com tropeços e sucessos.
Por tanto e para tanto, tão intenso
Que se viva sem moderação.
Para que tudo valha a pena, no final.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Checks IMPORTANTES sobre amor e amar, pessoais e intranferíveis.

Qual a importância de levantarmos os "checks" que buscamos investir em vivenciar nessa vida? CLAREZA! Sem dúvida, minha primeira resposta é sobre usufruir do tempo com riqueza de companhia, de investimento de amor e energia. E eles não são inegociáveis. São completamente flexíveis porque sei e sinto o quão imperfeitos somos como humanos e como estamos aqui para aprimorar. Contudo, é IMPORTANTE demais saber o que nos faz bem, de verdade, no fundo, que toca o coração e nos faz rir sozinhos só de lembrar, o quão fazemos bem e o quanto outros nos fazem bem, SEM ILUDIR, sem objetificar. Ao listar algumas prioridades que me fazem sorrir com a ALMA, que me completam no que sou, que me inebriam com a simplicidade e genuinidade que entregam, a FELICIDADE e PAZ sempre se mostram como objetivo de vida, ser e fazer feliz o outro. Os encaixes das entregas, quando sentidos mutuamente são razão de relações sustentáveis, belas e leves. É como uma AMIZADE que deu MEGA CERTO, independente das ...

Potencialidade do sentir

  Decidir.  O momento mais importante da comunicação com o UNIVERSO sobre o que nos faz bem é a firmeza sobre a construção do caminho. E ele não existe, na verdade. Ele se forma.  As peças externas se juntam para tangibilizar o que já nasceu por dentro. E assim foi.  Poderia ser só mais um terceiro encontro. Haveria possibilidades de uma conexão esfriada.  De longe, existiu um aperto sobre "o que ainda existe aqui"? De perto, ao fundo, era sobre um amor admirável, afetivo, cúmplice e que até se deu ao luxo de vulnerabilizar-se.  A distância se anulou, as diferenças se apagaram, a ansiedade deu lugar ao alívio. Pulsante, o respirar foi intenso, as sensações inéditas e a vivência, memorável. As mãos cruzadas, os cliques com brilho. O cafuné no braço, o cochilo, a netflix. Meus nãos caíram por terra. Os olhos marejaram em temas profundos, os planos não se cessaram e sonhos lúcidos não se intimidaram. A mesma coca cola, os mesmos personagens. O tempo ganhou cré...

Sutilezas de raras 24 horas

Dá pra ser tudo, mesmo tendo a possibilidade de acabar em nada. Até porque nunca é nada. Ser já basta. Permitir-se é ação de quem deseja sentir. Logo, arriscar-se é o risco de ser feliz, ou relembrar ter acessado a felicidade. Dar-se a chance de sentir-se viva, sentir a vida pulsar. Vivenciado em seu ápice o inexprimível em palavras. Mesmo a mente tendenciando à enganação com sinais do não. Lá foi ela contrariando a lógica, e portanto, fatos positivaram-se e tudo aconteceu. A saudade era o elemento para o fogo dos primeiros minutos. A intimidade escancaramente se reabriu e ali, o que já existia se reascendeu. Lá estavam eles, entre cantos, contos, espiritualidade, amorosidades, lençóis, músicas e histórias. Não há planos, porque o plano mesmo é não ter plano linear. Sonhos sim, esses rechearam o emaranhado de breves horas intermináveis.  As ancestralidades que mesclam culturas, as afinidades que demonstram intimidade. De um lado, um desejo escondido sobre a orientalidade. De outro,...