Coisa boa é viver por ela
Sim, meus dias se resumem a essa vivência há 5 meses
Da pequena não tenho do que se queixar
Já que o cansaço e a sobrecarga são compensados por esse amor gigantesco
Não dá trabalho, não chora por nada, sente o que sinto
Tosse pra chamar minha atenção quando choro
Enfim, um ser perfeito, que veio para me fazer ser melhor e me sentir útil nessa vida.
Mas da vida em casa, 24 horas por dia e hormônios alteradíssimo
Isso sim, há histórias para um livro, de lamentações e frustrações de uma mãe de primeira viagem
Desde a tolerância que chega a zero em alguns minutos de diálogo em casa
Já que a compreensão e compartilhamento jamais chegam perto do esperado
Até a convivência com a diferença de opiniões a cada segundo
Que se torna um desafio frente às prioridades da vida que já não são as mesmos almejadas.
Paciência é algo que desenvolvemos ao longo dos anos. Será?
Ou a perdemos de vez quando os acontecimentos fogem do controle?
A maternidade me tornou indiferente ao que me incomoda
O ceder é uma constante até em momentos em que me vejo irreconhecível
Quando deixo de me expressar para não discutir
E com a ajuda profissional que fui obrigada por mim mesma a procurar
Já que "surtei" comigo mesma no dia 08/04/2013 (exatamente 10 anos depois)
Por que será? ... Estou descobrindo o quanto calar me faz mal, dói e cria feridas.
Entendi o quanto engolir as centenas de "sapos" todos os dias me corrói por dentro
Definitivamente conclui que mulheres nasceram para desabafar, falar, gritar e esbravejar
Hormônios fervorosos, signo de fogo, temperamento forte e acelerado
Tudo conspira para os pingos sejam colocados nos "i"s antes se adormecer
E ao tomar a decisão de se calar, toda essa energia se acumulou aqui dentro
A mágoa se intensificou e o sentimento de descontentamento é uma bola de neve
Causas ainda em fase de identificação: Família, depressão e comodismo alheio, família, gente folgada, cobranças, auto-cobrança, mulher, esposa, mãe, namorada, dona de casa?
Eis que é preciso uma decisão
Desejo e decisão de voltar a ser eu mesma: falar, gritar, reclamar, sem consentir.
Fácil? Nem pensar. E a pequena que acabou de nascer, como fica nessa sinuca?
A atitude de reversão deste cenário nem sempre tem grandes resultados
Tudo que incomoda ganha proporções imensas
E a solução pode ser que exista a longo prazo, se existir luz nesse túnel
À vista de quem está nesse bonde, o que é ruim se torna péssimo
E o que deveria ser considerado bom, nem parece tão positivo assim
Com isso, se sentir feliz é um caso de reflexão para valorizar o simples fato de estar viva
Já que as pequenas coisas que formam o que chamamos de vida
Está longe de ser perfeito como se sonhava ou que desejo
Um consolo é olhar pela janela e ver dezenas de trens passando
E perceber que os ruídos são bem parecidos que o meu vagão
E as janelas estão sempre cheias de mulheres buscando um ar puro para se acalmar.
#ProntoFalei
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