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E lá vai ela, crescer com a escola, e eu....


O tempo passou? Não, voou, decolou, e a hora chegou. "Ai".
Hora do desapego, precoce momento de entregar sua cria para o mundo e se sujeitar a passar mais de 10 horas distante do maior amor da vida, em prol do lado profissional da vida, para se ocupar, produzir, gerar renda e assim, garantir qualidade de vida com recursos. "Será?"

É um momento contraditório, mesmo sendo pela segunda vez
É uma separação dolorida, uma preocupação constante ao entregar o tesouro mais precioso da minha existência nas mãos de uma equipe profissional sem vínculos familiares ou afetivos.

Mas o afeto vem, surge, nasce, o carinho se desenvolve e um amor incondicional também cresce dentre aquelas que tem a missão de cuidar dessas nossas crias tão ricas e preciosas.
Laís começou no berçário junto à irmã
Junto porque acredito que o vínculo de irmandade deve ser constante
E a opção de berçário porque não confio fielmente em alguém para ficar sozinha com minha pitica linda da mãe, e não tenho perfil de "dolar"

Preciso viver, conviver, sorrir, falar besteira, ter papo de adulto sem filhos, independente da vida mamística
Acho contraditório porque é uma fase tão linda, rica, cheia de descobertas
Que no fundo, não faz sentido pra mim, perder horas de convivência em prol de produzir para terceiros, em vez de estar brincando de esconder e mostrar o rosto, cantar cantigas de roda e amassar frutinhas para o papá
Ao mesmo tempo faz todo sentido não deixar a vida parar, não deixar de ser mulher, do mundo, com convívio social, familiar, e blá blá blá, então bola pra frente
A solução é única, tenho que voltar

Há aquelas que podem e optam por parar por eles, dedicar o tempo da vida integralmente aos bebês e viver essa fase intensamente, 24 horas
Mas para mim não dá
Esses 6 meses em casa foram o segundo ciclo de mais um aprendizado sobre mim mesma
Quando pude perceber o declínio da minha tolerância, minha impaciência com a falta de controle, minha agressividade com a rotina sem novidades
E ao mesmo tempo a grande mãe que nasceu com minhas duas filhas

Não sirvo para ser pilota de fogão, cuidadora de casa, marido, filhos, feira, mercado, limpeza.
Isso tudo precisa ser a parte de um todo muito maior
Então continuarei sendo tudo isso, mas tocando a vida no mundo capitalista em que nasci, como tem que ser
Boa sorte para mim, para elas, para a gente, para o País, para o meu novo ano que se inicia agora.

Feliz Abril, Feliz 2016!
Segunda-feira tudo recomeça!

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