Parece, sinto, que a praga chegou por aqui.
A sexta pareceu uma noite diferente, mas algo se manifestava aqui junto a mim, talvez um inimigo chamado COVID19. Dores musculares, que pareciam pontuais, dor de cabeça, que tenho desde a infância e de anos em anos, voltam. E adormeci por mais de cinco horas no período da tarde, atitude que não tenho há mais de 20 anos. Meu estado febril não passou de 37,5, que não é considerado febre AINDA.
No sábado parecia viver reflexos de um retorno à dança na quinta, mas como se um trator pesadíssimo tivesse passado por mim. Dores do fio de cabelo ao dedo do pé, resisti aos analgésicos e segui na fé de que ia passar. Passou um pouco, me distraí almoçando fora, fiz trâmites de cartório, convivi e abracei, comemorei numa festinha de 5 anos. Vivi o sábado e comecei a refletir sobre passado e futuro. Uma luz se acendeu à noite aqui na cachola.
No domingo senti que captava o leve cheiro do pó de café, mas nenhum sabor ao colocar o líquido na boca. Então a dor passou a ser psicológica, porque não tendo nenhum sintoma de gripe, nada congestionado nas vias aéreas, senti uma escuridão envolta ao meu principal pecado capital - a gula.
Mesmo assim, fui desafiada a um jantar junkfood fora de casa, e assim fui. Me frustrei ao estar diante de um rodízio de hambúrguer, num ambiente muito descontraído, música ao vivo, era pra eu me sentir feliz, e eu me senti impotente. Comi dois mini lanches, 3 espetos e não senti sabor da nada. Sentia a textura, temperatura, mas as glândulas da língua que cuidam da apuração do sabor, não funcionaram.
Na segunda era meu limite, e lá fui enfrentar 3 horas de fila de espera em um pronto atendimento da rede privada, porque ainda que tudo possa parecer perdido, existe uma elite que deve se vangloriar por poder pagar um plano de saúde e me considero nela. E com esse único sintoma de perda de paladar, já me fizeram realizar o exame de nariz, do qual não me assustei tanto porque já tinha feito nasofibriologia para operar do septo aos 25 anos, então sabia que aquele cotonete iria longe dentro de das narinas. E como protocolo manda, 14 dias dentro de casa até o resultado sair.
Na terça, tentei seguir com normalidade o homeoffice, que anda conturbado ainda pela movimentação de entra e sai clientes da carteira. Mas tentei não me abater e pensar com prosperidade. Cancelei os 4 compromissos da semana que iria pessoalmente, e continuei com a rebeldia dentro de mim, de não ter o direito de sentir sabor, mesmo tendo apetite. Como pode isso natureza humana? Qual providencial foi isso em mim, só em mim por aqui.
Será mesmo que o bicho é capaz de tudo isso, até matar?
Será mesmo que é um bicho oriundo de um animal, pela porquice de hábitos do oriente?
Será mesmo que estamos diante de uma guerra biológica sem precedentes e nos rendendo aos números de vítimas que passam de 1 milhão no mundo?
E por que não falar que o medo de morrer bate sim porque ao entrar na casa da obesidade de novo, em pandemia, posso me considerar grupo de risco?!
Apenas Reflexões. Sem respostas. AINDA!
As máscaras continuam aqui, nos encontros de família já não rolam mais.
Sigamos. Andar com fé eu vou, que a fé não costuma falhar!
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