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Inventário de Existência


 Dos 0 ao 7 anos

Nessa fase de formação de personalidade já me demonstrava inquieta, feliz e agitada.
Lembro que aos 7 anos eu já buscava ganhar o concurso de halloween e ganhei com um movimento coletivo engajado.

Vendi doces, arrecadei dinheiro e no 1º ano do ensino fundamental eu tinha o meu 1º lugar em algum evento social.
Convivi com os extremos financeiros e de realidades sócio-econômicas, desde as casas de geladeiras vazias até as 4 suítes do sobrado da esquina com piscina e carro do ano. E os extremos não me incomodavam, via direito para todos e colheitas justas.

Brincava e competia durante as brincadeiras. Dos 4 aos 6 eu também lutava para conseguir ser a noiva da quadrilha na festa junina, seja para dançar com o menino mais lindo, loiro dos olhos azuis e dente quebrado, seja para mostrar para a filha da dona da escola que eu conseguiria e a hierarquia não era algo tão admirado por mim.

Nasci em Ribeirão Preto mas aos 2 anos minha vida itinerante já começava a ter como referência as mudanças profissionais do meu pai. E fomos para Bauru.

Eu tinha uma preocupação em me superar mesmo com tão pouca idade. Não me recordo de frescuras ou tristezas. Amava ver minhas avós independentes vindo para o interior de São Paulo de ônibus, de tão longe por horas de estrada diante da surpresa de todos. Me envolvia com os temas e atividades da igreja completamente conservadora oriental e adorava a caminhada até à escola, descobrindo pinhas, brincando com galhos e com funcionários da antiga Texaco. Valorizava o empenho da minha mãe na costura e sentia-me mais protegida ali do que na rua, onde eu já percebia algumas maldades do mundo.

E dessa forma minha personalidade se formou, nas competições, com um ego meio exacerbado, com uma vida financeiramente limitada mas grata por tudo que era possível vivenciar, com a liberdade de ir e vir desde então. Uma gratidão não externalizada por uma criança mas nitidamente notada pela alegria e intensidade de viver. Algo naquele lugar de menina, filha de japonês com baiano, me dava sinais de controle paternal.

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Dos 8 aos 14 anos

Com personalidade já formada, por meio de ensinamentos divinos fui definindo comportamentos pra que da infância transitasse para adolescência. E misturado à uma dose de rebeldia eu já dava indícios de um perfil contestador, expansivo e mundano no sentido de buscar o porquê das pessoas estarem fazendo o que faziam, de modo tão automatizado. Fui para uma escola privada com um esforço enorme de pai e mãe, e por lá também me esforcei muitíssimo para provar pra mim mesma que eu poderia acompanhar o ritmo e honrar minha bolsa de estudo. Buscava a flamulazinha azul de final de ano como meta, de honra ao mérito por notas e comportamentos. O colégio era católico então alguns padrões me faziam seguir um modelo de décadas de educação e punição, mas também havia em mim rebeldia e obediência conflitantes, diante de salmos, cânticos e hóstias. Hoje vejo a enorme hipocrisia do sistema, em manter o machismo em linha e educar meninas de um modo protetor e frágil demais.

Eu adorava a rotina de canto das sextas-feiras, curtia o hábito de ir à igreja toda quinta. Já comecei a me interessar por esportes coletivos, festas e desde então vibrava em momentos de animação. Aos 12 já estava dando meu primeiro beijo não por curiosidade mas por sentimento trocado a um amor de carnaval - Fábio Carvalho. Já tinha afeto e troca de vida, papos, relacionamento com o mundo, esforço, era tudo bem difícil e pelo esforço era bonito de se ver. Criava-se um ser mimado, cortejado e que se sentia especial demais. Em casa, esse sentimento era bem menos aflorado.

Desde então meus carnavais eram muito divertidos em família, adorava a liberdade disfarçada de cabresto, já gostava de liderar coreografias e era completamente ligada à arte. Também despertei um anseio de falar com  o mundo, e por meio de cartas, fiz amizades que se conectaram por uma revista de adolescentes. Conheci pessoas por meio de palavras e fotos, na língua portuguesa de vários países como São Tomé e Principe. Não havia telefone, tampouco celular e internet, mas a Comunicação já se fazia latente ali, quando percebia que meu anseio em conhecer o mundo através das pessoas era mais forte que eu. E conheci 4 pessoas por meio de cartas.

Por conta própria me envolvi com um grupo de Teatro e rodei apresentações pela cidade com vários adultos e só eu criança. Me envolvi com capoeira que era uma expressão de corpo e ritmo que me conectava com a origem familiar baiana. Me entreguei à dança com jazz, street dance, às vezes ia até a academia com meninas da escola, mas n]ao tinha condições de me matricular. Todos os meus cursos eram oferecidos gratuitamente pela prefeitura, há 500m de casa e eu mesma buscava informações, me cadastrava e frequentava indo sozinha à pé, de bicicleta. Já era uma época de enfrentar alagamento de verão em Bauru, diante de promessas políticas que não se concretizavam pela qualidade de vida do povo ali, morador à beira do Rio Bauru.

Aos 14 anos, para me formar no 8º ano fui paraninfa também. Gostava de ter voz, me envolvi com campanhas de desarmamento Sou da Paz, adorava ir em palestras aleatórias que eram temas de sustentabilidade, para construir um mundo melhor. Tudo que remetia a ter mais conhecimento sobre o que era e é a vida, eu me interessava e me movimentava nessa direção.

Me envolvi com testes para casting da novela Malhação, passei perrengues e corri riscos. Fiz curso de sabonetes, velas, entregava currículos para novos trabalhos, que desde os 12 anos me envolvia nos horários extra escola. Comecei me aventurando a trabalhar à noite numa copiadora, depois em lojas de presentes no centro da cidade, depois fui pra primeira escola corporativa: McDonalds. Fiz curso de Gnose, adorava entender a vida dos hippies na praça principal da cidade, me apaixonava sempre, e desapaixonava no mesmo ritmo, fazia pulseirinhas na praça, andava no sol no cimento, como se fosse praia, o dia todo.

Por essa trajetória toda, foi natural me apaixonar de um modo um pouco mais intenso por um adulto. Aos 13 eu gostava de uma pessoa de 22, intensamente, com todo meu coração. De tão estranho que era aquilo eu nem levava a sério e comecei a namorar assumidamente aos 14 com um vizinho, aquele que era cheio de atitude, fumava cigarro e beck, sumia, tatuado, com muita atitude, leonino, fogo, mas contido, e realmente aprendia apenas a como não ser tão largada como ele. Mesmo assim, existia um cara estudante de Odonto, cheio de cultura, de sonhos e música que também me inspirava e de tempos em tempos estava com violão no colo na calçada de casa, e a esse eu dava o nome de amigo, mas era colorido, respeitoso, e canalha. 

Dentro de mim existia uma vontade de ir pro mundo, conhecer shows na capital de São Paulo, mas eu era sempre vetada pelo meu pai, que mesmo eu querendo e fazendo o que estava ao meu alcance, me segurava para eu não voar. Era super envolvida com rádios, e isso o assustava. Parecia arriscado demais para quem não mensurava dor e a premonição de uma queda era sempre iminente na mente de quem mitigava riscos a qualquer custo, esse era e é meu pai.

Hoje, o que vejo são fases completamente sucumbidas, esquecidas e que não voltam. Foi uma infância deliciosa seguida de uma pré-adolescência represada. Porém, a adulta chegou frustrada. Poderia e deveria ter sido feito uma releitura À tempo para que não houvesse repetição de modelo dos anos 50 e sim, uma adequação para uma criação com base em confiança e usufruir da passagem que é a vida.

Ao explorar o tema da formação e condução das famílias, é nítido que uma grande maioria dos progenitores erram muito tentando acertar, a proteção sucumbe prazeres e vivências. Isso é castrador. Falta empatia na adequação dos tempos, e como mãe vejo o quão existe essa construção de frustrações parentais. Personalidades se afloram, precisamos viver o que viemos viver, energeticamente prontas para deleitar, purificar e aprimorar.

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Dos 14 anos aos 21 anos

E aí já não havia mais tempo de ser criança, o trabalho não deixava a vida ser despreocupada, e a criação não deixava aquele ser de luz e fogo ser livre. Com isso, adultei muito mais cedo. Valores e crenças sobre ser e fazer coisas úteis da vida chegaram de um modo natural  e necessário. Um trabalho foi emendando ao outro, experimentar ser adolescente era algo preconizado como errado, então era necessário namorar com cada paixão que se tinha. E aí tive vários, nada de amor, todos paixões, cheios de lições, modelos de levar pra casa, atividades religiosas, mãos dadas e nada de descobertas.

Depois da 1ª paixão de carnaval veio o adulto que era adúltero, seguido de um modelo da igreja disputado, depois o vizinho meio corrompido, o cowboy desconectado, e por aí segui com muita imaginação sobre o que poderia ser viver minha vida, mas aos 16 anos o quesito trabalho se transformou em obrigação pura que me tirou dos estudos para levar ao outro lado da Terra. Com a crise econômica que atingiu nossa família em Bauru, fomos os 4 para o Japão e lá eu já não tinha mais a opção de ser eu adolescente. Começava a minha fase de anulação como o sistema Chaplin que jamais imaginaria, tampouco me adaptaria. 

Conheci o sentido real das minhas crenças sobre trabalhar ser árduo, dolorido e suado. E ali engordei mais 30 kilos, de alimentação péssima, comendo emoções, retendo sofrimento, convivendo com frio e neve, diante de uma cultura enrijecida, familiar, racional, eram minhas raízes com as quais eu não me identificava, nem apreciava. Aprendi um pouco do idioma para uma comunicação mais fluída, fiz amigos, conheci pessoas diferentes de tudo que eu já tinha tido experiência e conheci mais uma paixão que aos 18 anos me fez envolver para um AMOR mesmo. Perdi minha virgindidade que eu tinha obrigação e fixação em manter até os 18, sem base alguma do porquê disso, era apenas um sistema, uma crença, um medo parental sobre o que os outros irão dizer. Era muito incompreensível. 

E logo após entender o nível de envolvimento e sentimentalidade que o sexo proporcionava, larguei toda aquela vida desconectada de mim e voltei para a cidade quase natal - Bauru. Junto comigo veio a vontade de sair de uma forte depressão de não estar vivendo minha totalidade e capacidade, e um desejo enorme de entender e viver o amor adulto que eu tive dos 13 anos. E não era mais o mesmo, infelizmente. Houve encontro, apoio para minha retomada de vida brasileira, mas o sentimento não floresceu, minha sede de viver era imensa e eu não queria aos 18 viver com alguém de 27 já pensando em aquietar-se, construir família e prosperar em carreira. Eu começaria a minha ali.

Talvez eu tivesse a faca e o queijo na mão para viver muito, rir muito, dançar muito, conhecer o mundo talvez, mas eu não tinha estrutura para um novo rumo de vida. Era minha base latejando sobre o processo escasso, árduo e dolorido. Voltei a estudar que era meu objetivo primordial para um rumo de vida, tive reencontros com amizades valiosas e novos entrantes que movimentaram muito meus dias. Porém, existia sempre a falta que a falta fazia, que era viver paixões realmente, se sentir querida, desejada, importante, acolhida, suprida, feliz. Por fim, depois da melhor festa de aniversário dos 18 anos, depois da melhor viagem de rolê para Camboriú, devo ter sentido paixão e me casei, sem pensar.

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Dos 21 aos 28 anos

Cega. Na falta de consciência sobre quem era eu e por onde eu estava caminhando, conheci uma pessoa proibida, a repetição do modelo canalha se manteve e um namoro se iniciou , de modo completamente turbulento, com confusões mentais absurdas, pressão e inquietude para apressar fases e num ato de desespero para não voltar ao inferno que eu denominava a vida fabril do Japão, com meus pais, propus casamento. Sim. Juntei.

Foi um test drive de um ano e meio antes de formalizar uma história nos moldes da sociedade, com véu, grinalda, cartório, divisão parcial de bens, festa, lua de mel. Vida em São Paulo, estágio em Jornalismo, início da carreira profissional com grandes abdicações sobre vivências, em prol de um modelo de obediência. Sentia como uma segunda gaiola que eu estava entrando, por falta de luz no final do túnel, e e era uma péssima gaiola, de índole, de tratamento, de vocabulário, e nessa história entendi sobre vida. Houve viagem, festa, família, cachorro, dinheiro, ascensão, cobranças, dor, choro, violência verbal, diminuição moral, foi um mix depreciativo, possível se ser percebido apenas de fora. 

Me coloquei pra fora da fé, a importância passou a ser material, o ter supriu o ser, a troca de carros mais importantes que sorrisos, os papos cabeça mais presentes do que gargalhadas soltas. Estava tudo invertido sobre a essência festeira, celebrativa, contemplativa das Nádias anteriores. Minha vida era um Banco, ali era sustento e vida, e grandes críticas sobre essa admiração. 

Fiz um intercâmbio, reforcei meu inglês, meu desejo era voar. Mas em gaiola nem asas se desenvolvem.

Dos 28 aos 35 anos

Fui mãe, aí tudo passou a fazer sentido. Senti o que era amor, doação e razão de existir. Substitui atenção, me dediquei e pirei. Ouvi falas machistas no corporativo, entendi a carreira estagnar pela escolha pela maternidade. Parei de me cuidar, me sentia o último grão insignificante de uma praia, me senti incompetente, não disponível, abracei causas familiares que não eram da minha família. Veio minha segunda filha, vida de Disney, modelos de alto padrão, papos superficiais, vida corrida paulistana, vida pra se falar da falta de tempo pra viver. 

Chegou o quinto setênio de vida, e a piração veio em cavalgada. A piração veio proporcional. Revi, consenti, recriei e diante de tantos conflitos, pedidos pro Universo sobre mudança de vida, mudei. Me rebelei, me olhei, embagreci 20kg, me senti mais mulher, mais potente, não me via mais como par, não acreditava em meias palavras, nem no machismo estrutural em que fui criada, adestrada e condicionada. Aconteceu tudo para sair da camisa de força e viver. 

Após quase duas décadas na selva de pedras, mudei pra o interior e Sorocaba vinha para trazer paz e estado de presença na vida. 

Dos 35 aos 42 anos

E a vida presenteou com desafios enormes, brigas homéricas, uma fraqueza masculina absurda e um empoderamento que me fazia mandar se foder internamente diariamente. E assim foi. Houve esforço, abdicação, uma pandemia de 2 anos com corpos internados em condomínios de luxo, vivendo do otimismo de dias melhores. Despertou sentimentos de tristeza profunda por estarmos tão perto da morte e não ter vivido. Foram mais de 2 milhões de mortos e eu me sentia morta viva, com mais 30kg no corpo, 70 dias de conjuntivite por uma tristeza intrínseca nas entranhas de cada célula e um mar de possibilidades que eu não conseguia acessar. 

Enfim, o divórcio chegou. A paz de espírito inundou, os 40 anos trouxeram vida percebida, tudo calhou em percepções reais sobre homem, sobre decepção e uma solitude escolhida. Em plena fase, posso afirmar que escolhi ser feliz, com todo o pacote da dor e dificuldades que isso traz.

Experimentei vida.
A borboleta ganhou forma e deixou de ser a lagarta.
Mas tem doído.
Conheci humanos de verdade.
Falei sobre amor, vivenciei paixões.
E despertou uma imensa gratidão por todo o processo.
Voltei na fé, contribui para a construção de um Paraíso na Terra, não tem nada maior.
Vivi pra caramba em 2 anos, como nunca em 40 anos. 
Senti emoção e o caminho está em construção... chegando aos 41. 
Meia vida em 2. 
Cuidando de duas do meu jeito, no meu tempo, envolvida num amor como nunca antes experimentado, amor de filhas.

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